“Não fui eu, excelência.” Foi assim que Mizael Bispo de Souza iniciou seu interrogatório às 17h17 desta quarta-feira, no Fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo. Só o juiz e a defesa o questionaram sobre a morte de sua namorada, Mércia Nakashima, em maio de 2010. O promotor Rodrigo Merli Antunes se recusou a fazer perguntas, porque, segundo ele, o réu já havia dado seis versões diferentes sobre o crime. “Se chegar alguém naquela porta e disser ‘eu matei a Mércia’, ninguém vai acreditar. Mas estou com a consciência tranquila”, disse o advogado e policial militar aposentado por invalidez. “Não tem nenhuma prova que me incrimine, porque em momento algum estou na cena do crime.” O réu disse ser vítima de perseguição por parte do delegado Antonio de Olim, que conduziu as investigações. No primeiro dia de júri, o biólogo Carlos Eduardo de Mattos Bicudo disse que a alga presente em uma lâmina entregue a ele, retirada do sapato de Mizael, é encontrada na represa de Nazaré Paulista, no interior de São Paulo, onde o corpo de Mércia foi encontrado. Questionado pelos jurados sobre isso, o acusado disse que nunca esteve no local. “Juro pela vida da minha filha.”
O réu contou também que foi ameaçado de morte por policiais. “Ficaram meia hora me pressionando para dizer que eu tinha matado Mércia.” Olim negou na terça-feira (12) qualquer tipo de ameaça ou tortura ao réu. O ex-namorado de Mércia disse que fugiu porque não via motivo para ser preso. “Quem não deve tem de se rebelar. Foi o que fiz, eu me rebelei.” Mizael também negou que tivesse problemas em relação à divisão de honorários com a namorada, que foi sua sócia. Também disse que não via motivo para desconfiar da fidelidade dela, e que viviam um relacionamento aberto entre setembro de 2009 e a época do crime. Ele contou que o cunhado, Márcio Nakashima, era o grande empecilho a um bom relacionamento com a família. Enquanto Mizael falava aos jurados, a mãe de Mércia, Janete, balançava a cabeça negativamente, em sinal de reprovação. Mizael se dirigiu aos jurados por diversas vezes. Eles fizeram várias perguntas e demonstraram interesse até sobre um anel no seu dedo - referente ao curso de Direito, e não a um relacionamento amoroso. “Faz dois anos que não vejo mulher alguma. Peguei trauma.”
No fim do interrogatório, 1h50 depois, o juiz Leandro Bittencourt Cano disse que Mizael, como alguém que faz parte do Poder Judiciário, deveria falar a verdade. “Olhando para mim, ou para os jurados, quero que o senhor responda o seguinte. Tudo o que senhor disse é verdade ou mentira?” "É verdade, excelência”, respondeu. Nulidade. A defesa de Mizael entrou nesta quarta com um pedido de nulidade do processo. O advogado Ivon Ribeiro argumenta que a perícia que cronometrou o tempo supostamente levado pelos suspeitos para ir da represa de Nazaré Paulista até o centro de Guarulhos foi “mentirosa”. O pedido deve ser avaliado pelos sete jurados nesta quinta, durante a fase de debates entre acusação e defesa. O julgamento deve terminar nesta quinta.
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